O Ministério do Trabalho firmou um acordo no valor de R$ 15,8 milhões com a ONG Unisol Brasil, ligada ao Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, para atuar na remoção de resíduos na Terra Indígena Yanomami, em Roraima. O convênio foi assinado em 28 de dezembro de 2024 e representa o segundo maior investimento do governo federal destinado à pauta indígena naquele ano.
As ações previstas devem ser iniciadas no segundo semestre de 2025, após a conclusão de etapas de planejamento e definição técnica. O projeto foi estruturado pela Secretaria de Economia Popular e Solidária, coordenada por Gilberto Carvalho — ex-ministro e colaborador próximo do presidente Lula.
A Unisol opera em uma sala de 40 m² no subsolo da sede sindical em São Bernardo do Campo (SP) e é presidida por Arildo Mota Lopes, que também já ocupou cargos na diretoria do sindicato. O repasse de R$ 15,8 milhões foi realizado em parcela única no último dia útil de 2024, apenas três dias após a formalização do convênio.
A organização terá a missão de estruturar a operação de limpeza por meio da contratação de empresas e profissionais especializados, como serviços contábeis, jurídicos e gestores técnicos. A parceria também prevê capacitações voltadas a catadores de recicláveis e ações de conscientização ambiental.
O edital que deu origem ao processo seletivo foi lançado em novembro, atraindo dez entidades. No entanto, metade das ONGs participantes foi desclassificada por não atender aos critérios exigidos. A Unisol e o Centro de Estudos e Assessoria (CEA) foram as duas selecionadas, sendo que o CEA recebeu um repasse de R$ 4,2 milhões.
A justificativa para o pagamento antecipado foi a urgência da situação humanitária enfrentada pelos povos indígenas na região. Mesmo com os recursos já transferidos, as operações de campo ainda não começaram e estão condicionadas ao avanço dos estudos e reuniões de planejamento técnico.
Ao todo, o governo destinou R$ 254 milhões em 2024 para iniciativas voltadas às comunidades indígenas. O maior repasse individual foi de R$ 64,2 milhões a uma empresa de transporte aéreo contratada para atender áreas de difícil acesso na Amazônia.
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