Sindicato dos Jornalistas emite nota de repúdio contra o médico Paulo Duarte que pediu na Justiça retirada de notícia que cita seu nome

Foto: Reprodução 


O Sindicato dos Jornalistas do Rio Grande do Norte (Sindjorn) emitiu uma nota de repúdio sobre o a retirada de uma matéria do blog da jornalista Juliana Celli a pedido médico Paulo Duarte e determinada pela juíza Sabrina Smith.


Segundo a nota do Sindjorn, Juliana Celli publicou em seu blog a notícia da morte de Nathalia Araújo, ocorrida no dia 6 de fevereiro, durante uma cirurgia, com a informação de que o Ministério Público está investigando também a responsabilidade do médico Paulo Duarte. Ele também pede que a jornalista pague uma indenização de 10 mil reais.


Veja abaixo a nota na íntegra:


“Cala a boca já morreu”, essa foi a expressão utilizada pela ministra do STF, Carmem Lúcia, para ilustrar a importância de não se calar a liberdade de expressão em uma democracia.


Reiteradas decisões, vindas do Supremo Tribunal Federal, estão derrubando pedidos e mais pedidos de censura à publicações jornalísticas nos diversos veículos de comunicação do país, mostrando a importância, não só para a democracia, mas ao direito da população em se manter informada dos acontecimentos do dia a dia.


Mesmo com todos esses posicionamentos da maior Corte do Brasil, magistrados ainda não perceberam essa importância para a sociedade e continuam a tentar censurar, inibir, calar os profissionais da imprensa com decisões antidemocráticas. Como ocorreu, recentemente, com a jornalista Juliana Celli. Juliana publicou em seu blog a notícia da morte de Nathalia Araújo, ocorrida no dia 6 de fevereiro, durante uma cirurgia no Hospital Gastroprocto, com a informação de que o Ministério Público está investigando também a responsabilidade do médico Paulo Duarte.


O médico entrou com uma ação pedindo a retirada da notícia que cita seu nome, além de uma indenização de 10 mil reais.


A juíza Sabrina Smith Chaves, do 9° Juizado Cível da Comarca de Natal, acatou o pedido sem sequer ter ouvido a parte contrária, a jornalista Juliana Celli, mostrando insensibilidade e mordaça em caso de liberdade de expressão.


Esse não é o primeiro caso aqui no Estado, no qual alguns magistrados precisam aprender e estudar um pouco mais as decisões do STF no tocante à Liberdade de Expressão. Numa simples pesquisa sobre o tema em sites de busca, a magistratura conheceria os reiterados posicionamentos da Suprema Corte. “Restrições à imprensa tornam a democracia uma mentira e a Constituição uma mera folha de papel”, afirmou o então presidente do STF no ano de 2022, Luiz Fux, na inauguração da exposição “Liberdade de Imprensa o papel do jornalismo na democracia brasileira” localizado no Museu da Instituição.


Sindjorn (@sindjornoficial)


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