Câmara debate greve dos profissionais da saúde de Natal

 


A Câmara Municipal de Natal realizou nesta terça-feira (26) uma audiência pública para debater a valorização dos trabalhadores da saúde municipal. Todas as categorias da saúde, com exceção dos médicos, estão em greve desde o último dia 11 em Natal, com apenas 30% dos serviços sendo executados.


A audiência foi proposta pelo vereador Robério Paulino (PSOL). "Essa audiência foi convocada para dar voz às trabalhadoras e trabalhadores da saúde que vivem uma situação delicada devido os atrasos de reajustes e iniciaram uma greve que é justa. São trabalhadores que exercem grande papel para a população, especialmente durante a pandemia quando não puderam parar e ainda ficaram na linha de frente de atendimento", destacou o parlamentar.


O presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Saúde do Rio Grande do Norte (Sindsaúde/RN), Flávio Gomes, declarou que as categorias aguardam uma proposta consistente da parte do Município, que garanta os direitos dos trabalhadores. "A gente quer o cumprimento da data-base, a atualização salarial. São direitos não cumpridos, como gratificações e insalubridades não pagas. Nos chamaram de heróis na pandemia, mas o principal, que são nossos direitos, sermos valorizados efetivamente enquanto profissionais, não nos é dado", disse ele.


Os profissionais de diversas áreas da saúde compareceram e participaram da audiência. Luciano Cavalcanti, presidente do Sindicato dos Enfermeiros do Estado (Sindern), relatou que desde 2014 não há cumprimento da data-base da categoria que envolve quinquênios e progressões de carreira. "Há casos de insalubridade e gratificações que não são pagas e com servidores buscando há mais de 10 anos esses direitos sem resultados. Sofremos com a falta de condições de trabalho que favorece a insegurança nas unidades de saúde, constantemente alvos de assaltos", declarou o sindicalista.


Entre outras reivindicações, os trabalhadores também pedem a nomeação dos concursados de 2018. Segundo foi pontuado nos debates, há um déficit de mais de 6 mil profissionais na área, com aprovados no conscurso à espera da convocação, enquanto o Município mantém contratos temporários.


O secretário adjunto da Saúde do Muncípio, Chilon Batista, declarou que até a próxima sexta-feira, a Prefeitura apresentará uma proposta aos trabalhadores em greve. "Entendemos a legitimidade dessa greve pela reivindicação de direitos. Estamos fazendo levantamentos de impactos financeiros para serem levados à Secretaria de Administração e ao Gabinete de Governo. Amanhã teremos definições dessas propostas para levar ao prefeito e discutiremos com as categorias na sexta-feira", anunciou o secretário-adjunto.


Agência Brasil 


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